sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O Caranguejo Rei e a Seleção das Espécies - Semana da Ciência e da Tecnologia

Isto é um fato histórico, foi relatado por Carl Sagan no segundo episódio da série Cosmos: Uma Voz no mundo Cósmico.
"No século XII o Japão era governado por um Clã de guerreiros, os Heiki. O imperador deste povo era um menino de apenas 12 anos e a sua avó era a sua guardiã.
Os Heiki se envolveram em uma longa guerra com outro Clã de guerreiros, os Jenjii.
A batalha decisiva entre eles ocorreu nas águas tranquilas de uma baía do Mar do Japão, no dia 24 de abril de 1165. A situação não era boa para os Heiki, que estavam em desvantagem e perdiam a batalha. A medida que se viam encurralados, os guerreiros, não se entregavam, lançavam-se ao mar e se afogavam.
A avó do imperador decidiu que o menino não seria capturado. Orou aos seus deuses junto com o menino, pegou-o nos seus braços e atirou-se ao mar, carregando-o para a morte no fundo das águas.
Apenas algumas mulheres da corte do imperador sobreviveram. Tiveram filhos com os pescadores das aldeias locais, próximas ao mar onde se deu a última batalha. Seus descendentes ainda hoje honram a bravura dos ancestrais naquele dia fatídico, celebrando-os em seus templos."
Agora, o restante da história virou lenda:
"Os pescadores locais dizem que os guerreiros Heiki ainda vagueiam pelo fundo do mar do Japão, na forma de Caranguejos Rei."
Isto é um fato:
Estes caranguejos tem o rosto de um guerreiro Samurai marcado em suas carapaças. Eles não são consumidos pelos pescadores, quando apanhados, são devolvidos ao mar.
Seria um sinal de respeito dos pescadores aos Samurais transformados...

E o que isto tem a ver com a seleção das espécies?
Veja a explicação de Carl Sagan no vídeo: Cosmos - As Origens da Vida - Parte 2.


quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Medindo o Tempo que Passa...


O tempo é uma abstração, ou seja, ele é considerado um devaneio da nossa mente, uma invenção humana...


Mas para que o ser humano teria inventado essa coisa de tempo?

No começo da nossa história, os processos agrícolas eram determinantes para a sobrevivência dos povos. Saber a época certa de plantar e colher, a época em que viria o frio, ou o calor era muito importante para a produção de alimentos.

Aqueles que observavam a natureza começaram a perceber os movimentos do sol, das estrelas e da lua. Perceberam que estes movimentos obedeciam a um ciclo constante, e a partir daí começaram a contar os períodos em que aconteciam. Assim, inventaram os calendários, e incluíram nestes as celebrações religiosas referentes aos ciclos da agricultura. As festas do Sol – ou do Fogo – datam ainda deste período.

Diferentes formas de contar o tempo decorreram de optar pelos movimentos do Sol ou da Lua. Os pescadores até hoje preferem o calendário lunar. (Será que isto tem relação com as marés?)


E por falar em lua, você sabe quantas luas um bebê permanece na barriga da mãe antes de nascer? Conte aqui.


Mas, a maioria dos calendários hoje, segue a orientação solar, que já era utilizada no Antigo Egito, há pelo menos 6000 anos. O chamado ciclo solar, na verdade obedece ao movimento de translação da Terra, pois é ela que gira ao redor do Sol...

Esta civilização tão desenvolvida também viu a necessidade de contar o tempo em suas atividades diárias. Para isto, baseou-se na observação das sombras solares sobre os objetos. Os mostruários dos relógios analógicos, ainda hoje, seguem este tipo de marcação ao redor de um eixo...


Para contar os períodos noturnos, os povos inventaram outros instrumentos: velas marcadas, ampulhetas e relógios d’água.

Os egípcios inventaram a clepsidra (clep quer dizer roubar e hydra quer dizer água). Funcionava assim: Uma tigela recebia marcações horizontais internas e tinha um furinho bem embaixo. Ela era cheia até a borda e na medida em que a água escorria, contava-se o tempo entre as marcações de nível.

Na Grécia ela era muito utilizada para controlar o tempo em que os políticos falavam em praça pública (alguma coisa assim como o horário eleitoral). Mas sempre havia os espertinhos que conseguiam driblar o tempo marcado mexendo um pouquinho na clepsidra... Você tem idéia do que eles faziam?


Os chineses inventaram uma engenhoca trabalhosa para medir o tempo. Eles utilizaram recursos da clepsidra, engrenagens e até um pêndulo! E alguns destes mecanismos, bastante aperfeiçoados, ainda são utilizados atualmente. Mas, daquela época até hoje, muita água rolou por debaixo da ponte – quer dizer, escorreu pelo furinho da clepsidra...

Diversos inventores contribuíram para o aperfeiçoamento dos relógios. Dizem até que Santos Dumont, mas há controvérsias. Bem, de qualquer forma, ele lançou a moda dos homens usarem relógios de pulso!

Medir o tempo tornou-se uma coisa tão séria que inventaram até o relógio atômico. Ele permite a medida mais precisa que existe.

Mas eu não sei se tudo isso é apenas uma questão de “tempo é dinheiro”, como dizem por aí. Acho que a coisa está relacionada com o passado e o futuro.


quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Semana Nacional de Ciência e Tecnologia



Acontecendo, oficialmente, de 20 a 26 de outubro de 2008, mas há eventos anteriores, nos dias 18 e 19...

Como Participar?

Você pode participar de qualquer evento da SNCT, já que todos são gratuitos. Basta se informar sobre ele no site nacional da Semana, em sites estaduais ou ainda nos meios de comunicação de sua cidade ou região. No site nacional da Semana, você encontrará as informações sobre todos os eventos da Semana que já estiverem registrados e também o contato dos coordenadores por estado, além de informações, notícias, artigos, clipes, links para vídeos de ciência e outros materiais. Se você tiver interesse em uma participação mais ativa, divulgando-a e organizando eventos, vá em frente e pense no que você pode realizar na sua instituição de pesquisa, na sua escola ou universidade, no seu bairro, na sua associação, em locais públicos etc. É importante que você cadastre no site a sua instituição e as atividades que pretende desenvolver. As informações recolhidas de todo o país ficarão disponíveis para o público e para a imprensa.

Publicado em http://semanact.mct.gov.br/index.php/content/view/1924.html

Se você quiser ver a programação dos eventos em Niterói, clique direto aqui.

Darwin e o Bambu Chinês

Imagem: www.cepolina.com
Conta a fábula que o carvalho foi arrancado pelos ventos e levado pelas águas na tempestade, enquanto o bambu continuava balançando-se, mas firmemente preso ao solo. Quando questionado, o bambu teria respondido:
_ Eu me curvo às intempéries conforme a força que têm. Assim, não sou derrubado e sobrevivo a elas.
Esquecendo a moral desta história e indo direto ao fato: o bambu chinês resiste a fortes ventos e tempestades, enquanto outras árvores com troncos mais grossos, podem ser arrancadas pelas raízes com as fortes ventanias.
Outro fato é que, depois de plantado, o bambu chinês aponta apenas um broto durante todo um primeiro ano. No segundo ano, continua apenas sendo um broto. No terceiro ano, ainda está lá apenas um brotinho. No quarto ano depois de plantado, aquele brotinho do bambu chinês continua lá se espreguiçando sobre a terra. Mas, no quinto ano... O tal brotinho cresce tanto que chega a atingir 25 metros de altura!
Esse brotinho e muitos outros, porque os bambus chineses estão quase sempre agrupados em florestas. Eles raramente crescem sozinhos.
A explicação científica é a seguinte: nos quatros anos anteriores ao milagre do seu crescimento, o bambuzinho não está parado. Ele está é se preparando para subir. Suas raízes se entrelaçam com as de outros, se espalhando e se aprofundando por debaixo da terra. Nesse período o brotinho vai acumulando energia para um crescimento espetacular.
Assim os bambus se preparam para enfrentar ventos fortes sem que suas raízes sejam arrancadas do chão no futuro. Com raízes fortes, o bambu chinês pode suportar todas as intempéries sem que isto afete sua sobrevivência.
E Darwin explicaria: os bambus que outrora (bem outrora!) cresceram rápido demais sem estarem com suas raízes fortes e preparadas foram arrancados pelo vento e perderam sua linhagem, desaparecendo da espécie. Mas os bambus mais enraizados se reproduziram e sobreviveram cada vez mais adaptados ao seu ambiente.
Ou seja, Darwin e a seleção natural das espécies têm tudo a ver com a fábula do bambu chinês que agüenta a ventania...

Mas, voltando à moral da história, a quanto vento devemos nos curvar?
Quanto podemos suportar antes de sermos derrubados pela ventania?

Veja resposta na Escala de Beaufort.

Considerando que a evolução das espécies é um processo muuuuuuito demorado, como os cientistas hoje puderam comprovar a teoria de Darwin?
A resposta é meio complicada...