sexta-feira, 6 de março de 2009

Vamos discutir a relação?

"Você é um parasita!!!" disse a garota zangada ao namorado que vivia pegando, sem lhe devolver, dinheiro emprestado. "Fica aí nessa folga toda, sugando tudo o que eu ganho. Mas eu estou a fim de um outro tipo de relação... quero mais companheirismo, mais colaboração, quero alguém que esteja ao meu lado e não na minha aba! Procura um serviço, poxa!!!"

Este termo que a moça utiliza, parasita, tem origem na biologia, "diz-se do animal ou vegetal que vive à custa do outro". Mas do jeito que a moça reclamou, seu sentido é de "explorador" - conforme define Silveira Bueno no seu Minidicionario da Língua Portuguesa. Alguém que só traz prejuízo para a relação.
Quais são os animais parasitas? Quais aqueles que vivem à custa do ser humano?
Veja um destes abusados aqui.
Voltando a historinha dos namorados: o cara dava o troco...

"Você está se achando, não é? Fica sabendo que tem uma fila de espera cheia de mulher querendo o meu passe! Eu sou é predador."

Novamente outro termo emprestado de relações ecológicas estabelecidas entre os seres vivos. Mas diferentemente dos namorados, cuja relação terminou,
o parasitismo e predatismo se estabelecem entre seres vivos de espécies diferentes.
Descubra um verdadeiro predador neste vídeo.
Nem todas as relações ecológicas entre espécies diferentes são assim desarmônicas, há casos de convivência pacífica e até parceria com benefícios e sem prejuízos para uma ou ambas as partes.
Você conhece aquele ditado que diz "uma mão lava a outra"? Pois é mais ou menos neste sentido que acontece a protocooperação, como por exemplo quando certas aves catam e comem os parasitas que infestam o gado. Ambos se beneficiam, o primeiro se alimenta e o segundo livra-se do parasita.
Existe protocooperação entre humanos e golfinhos? Veja esta história.
Mais protocooperadores: o peixinho e a anêmona.
Foto de Oneras em http://www.flickr.com/

E há também espécies que não sobrevivem umas sem as outras:Foto de Antonio Machado em http://www.flickr.com/

Abelhas e borboletas se alimentam de néctar e polinizam flores de determinadas espécies. Sem esses insetos não haveria a reprodução das plantas nas quais estes insetos se alimentam, e sem o alimento destas plantas eles não sobreviveriam... É um casamento tipo "até que a morte os separe", ou, biologicamente dizendo, esta é uma relação de mutualismo.
Em outro tipo de relação, o inquilinismo, uma especie se beneficia de outra sem lhe causar prejuízo. O "hóspede" se apropria do que precisa, mas não prejudica o "hospedeiro"... Veja orquídeas, bromelias e samambaias, as belas hóspedes das árvores neste vídeo.
Tem bicho que vive de sobras! Na relação de comensalismo há espécies que se beneficiam consumindo os restos alimentares da outra espécie. São comensais (mesmo sem convite), dos tubarões: as rêmoras, dos leões: as hienas e dos homens: os urubus.

ÊPA! O termo comensalismo não se aplica para relações entre seres humanos! Este termo se aplica a espécies diferentes. É bom lembrar que alguns conceitos formamos a partir de nossas experiências em relações sociais, mas eles precisam ser melhor definidos a luz da ciência!

Para entender melhor estas e outras relações ecológicas entre seres vivos de mesma especie ou de especies diferentes, veja este vídeo e analise este diagrama.

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