quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Darwin e o Bambu Chinês

Imagem: www.cepolina.com
Conta a fábula que o carvalho foi arrancado pelos ventos e levado pelas águas na tempestade, enquanto o bambu continuava balançando-se, mas firmemente preso ao solo. Quando questionado, o bambu teria respondido:
_ Eu me curvo às intempéries conforme a força que têm. Assim, não sou derrubado e sobrevivo a elas.
Esquecendo a moral desta história e indo direto ao fato: o bambu chinês resiste a fortes ventos e tempestades, enquanto outras árvores com troncos mais grossos, podem ser arrancadas pelas raízes com as fortes ventanias.
Outro fato é que, depois de plantado, o bambu chinês aponta apenas um broto durante todo um primeiro ano. No segundo ano, continua apenas sendo um broto. No terceiro ano, ainda está lá apenas um brotinho. No quarto ano depois de plantado, aquele brotinho do bambu chinês continua lá se espreguiçando sobre a terra. Mas, no quinto ano... O tal brotinho cresce tanto que chega a atingir 25 metros de altura!
Esse brotinho e muitos outros, porque os bambus chineses estão quase sempre agrupados em florestas. Eles raramente crescem sozinhos.
A explicação científica é a seguinte: nos quatros anos anteriores ao milagre do seu crescimento, o bambuzinho não está parado. Ele está é se preparando para subir. Suas raízes se entrelaçam com as de outros, se espalhando e se aprofundando por debaixo da terra. Nesse período o brotinho vai acumulando energia para um crescimento espetacular.
Assim os bambus se preparam para enfrentar ventos fortes sem que suas raízes sejam arrancadas do chão no futuro. Com raízes fortes, o bambu chinês pode suportar todas as intempéries sem que isto afete sua sobrevivência.
E Darwin explicaria: os bambus que outrora (bem outrora!) cresceram rápido demais sem estarem com suas raízes fortes e preparadas foram arrancados pelo vento e perderam sua linhagem, desaparecendo da espécie. Mas os bambus mais enraizados se reproduziram e sobreviveram cada vez mais adaptados ao seu ambiente.
Ou seja, Darwin e a seleção natural das espécies têm tudo a ver com a fábula do bambu chinês que agüenta a ventania...

Mas, voltando à moral da história, a quanto vento devemos nos curvar?
Quanto podemos suportar antes de sermos derrubados pela ventania?

Veja resposta na Escala de Beaufort.

Considerando que a evolução das espécies é um processo muuuuuuito demorado, como os cientistas hoje puderam comprovar a teoria de Darwin?
A resposta é meio complicada...

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